Review Espresso | Yumeochi: Dreaming of Falling for You

Qualquer pessoa já se pegou pensando no que faria se pudesse voltar no tempo. No que viveria de diferente. Talvez até voltar no tempo pra “aproveitar mais”, por que não acha que aproveitou o bastante de sua vida.

E, a partir dessa premissa, o mangá Yumeochi: Dreaming of Falling for You nasce. Nele, acompanhamos Tsutomu Chono, um jovem de 21 anos que, para fugir de sua realidade chata, passa boa parte de seu tempo dormindo –  ponto esse que não é nenhum pouco discreto no roteiro. Depois de várias exposições que poderiam ser feitas de forma natural, incluindo apresentar o protagonista falando qual sua média de tempo dormido por dia, passa boa parte do tempo falando sobre dormir e sonhos.

Após uma interação humana que saiu catastrófica, Chono decide… ir dormir. E com isso, acorda em seu corpo de adolescente, pronto para o ensino médio. Aqui, ressalto de novo a discrição do roteiro em falar que ele gosta de dormir, pois sua camisa tem uma estampa escrito “Dorminhoco”.

Então, Chono percebe que não voltou no tempo, mas está apenas sonhando com sua época de ensino médio e então decide tentar fazer algo sobre sua realidade, para poder ter um escape decente e curtir sua juventude como gostaria. No sonho, encontra Asakura, uma colega de sala que tinha dificuldades em mostrar quem era de verdade por ser uma lutadora de judô, uma prática,  na opinião dela, muito agressiva para uma garota. E então começa a pequena aventura de Chono em seus sonhos buscando gerar neles uma autoconfiança que pode ser usada no dia-a-dia real.

O mangá é um baita potencial desperdiçado. O cenário de visitar o mundo adolescente enquanto dorme, mas se manter na vida adulta, é interessante e poderia ressoar com pessoas que acreditam que a vida seria melhor se tivessem agido de outra forma sem perceber que na realidade, se tivéssemos agido de outra forma, estaríamos achando que a vida seria melhor se tivessem agido de outra forma.

Neste primeiro capítulo, os personagens não demonstraram ser mais do que caricaturas. E tem ecchi. Um ecchi que tem como única ideia uma comédia que acaba sendo vazia do tipo “estou vendo sua calcinha”.

E não se deixe enganar pelas páginas coloridas do começo. A arte é apenas competente. Nada incrível, mas não chega a ser ruim.

Rolar para cima