Review Espresso | Stan for Salvation

Século XXI. Deuses caminham entre nós e se assemelham a ícones pop do nosso tempo. Esta é a breve sinopse do quadrinho The Wicked + The Divine, de Kieron Gillen, um dos meus quadrinhos favoritos da vida. E não demora muito a perceber as semelhanças entre estas duas frases e o mangá de Osamu Kozumi.

Aqui, acompanhamos o Arcanjo Miguel em sua jornada para combater os demônios da face da terra e impedir que os portões do inferno se abram. Porém, ao encontrar um demônio que tem um grande secto de fãs por ser líder de uma banda, Miguel decide conquistar seu poder desta forma, se tornando um idol!

O mangá é divertidíssimo. A ideia do poder de deuses ser relacionado a quantidade de pessoas que o seguem é comum, mas aqui foi usada de uma forma muito boa para gerar a justificativa que a história precisava. Apesar de ter uma escala de poder, a história claramente é uma comédia.

Miguel acaba sendo um personagem que cativa pelo seu pouquíssimo conhecimento da humanidade, gerando situações cômicas muito boas. E, apesar do tema, não há desrespeito à fé judaico-cristã de forma alguma, sendo uma comédia leve semelhante a Jovens Sagrados. Além dele, a química que o personagem teve com a outra personagem, uma fã do demônio da banda, gera ótimos momentos.

Além disso, logo no final do primeiro capítulo, já somos contemplados com a chegada de outro arcanjo, Rafael, dizendo que precisará se “reagrupar” com ele. Como já tiveram piadas de dupla interpretação com palavras assim, não me assustaria se a ideia de “voltar a ser um grupo” se torne uma boyband ou algo do gênero.

Stan for Salvation é um mangá simples, bobo e muito divertido sobre um anjo querendo se tornar um idol. A ingenuidade de Miguel carrega o mangá e, apesar de não ser algo único, é uma leitura perfeita para descontrair.

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