Review Espresso | Beat & Motion

Em junho de 2021 foi anunciado o reality show Million Tag, onde vários editores, junto com novos mangakás, competiam entre si. O vencedor ganharia 50 milhões de ienes, uma serialização e um contrato de um anime na Netflix com distribuição mundial. Em agosto, foi divulgado que o vencedor era Beat & Motion, o mangá de Naoki Fujita que estreou oficialmente esta semana na Jump+.

Então, não é de se assustar que este mangá chegou com um grande peso e uma grande expectativa em cima dele. Vencedor de um reality, parceiro de Shihei Lin, um dos mais importantes editores da Shueisha da atualidade, e com um anime garantido.

Dado todo o contexto, vamos à história.

Nele acompanhamos Tatsuhiko, um garoto que queria ser animador, mas ao ser julgado como um “estranho”, decidiu parar de desenhar e focar em criar uma banda. Neste ponto, já é possível ver um personagem que reflete bem a juventude atual, e pode ser facilmente identificável. À primeira vista, parece que o garoto está com um fogo de palha por tudo o que lhe pareça ser legal, porém, com o passar da leitura, entendemos que o desejo dele é “ser alguém”. 

Suas dores ocorrem quando ele percebe o quão mediano ele é. Não necessariamente ruim, mas apenas medíocre. Isso somado a uma cobrança alta do personagem e até uma baixa auto-estima, que geram um personagem interessante de se acompanhar, e que acaba se frustrando ao ver outras pessoas consideradas talentosas.

Porém, sua cabeça muda quando encontra uma garota que, bêbada em um bar, lhe joga um balde de água fria e lhe mostra que ele estava sendo babaca, não apenas com as próprias vontades, mas também impedindo os outros ao seu redor de sonhar.

Com esse choque de realidade, Tatsuhiko decide tentar de novo sua paixão de infância e passa um tempo criando uma animação, que o leva ao entrosamento geral do mangá.

A obra é uma perfeita mistura de vários clichês e conveniências com um leve frescor de algo novo. Tatsuhiko tem dilemas que podem ressoar com o leitor e prendê-lo na história, além de que a ideia de um mangá que tem como temática a animação e a música chama bastante atenção para os possíveis comentários metalinguísticos que possa ter. Um começo sólido.

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