Review Espresso | Tokyo Underworld

Uma lenda urbana que cerca a humanidade: os que são culpados por seus crimes são sentenciados ao Submundo de Tóquio, um local diferente, como uma dimensão paralela, onde serão julgados por seus crimes da maneira mais cruel e sem misericórdia imaginável.

Essa é a premissa de Tokyo Underworld, mangá de Kenji Sakaki, que está sendo publicado na Jump Plus, com uma versão internacional lançada pela Manga Plus.

Kenji não é um nome inédito no Brasil. Sua série de maior sucesso, Enigma, já foi publicada no Brasil pela Panini.

Em Tokyo Underground, conhecemos a acompanhamos Yomi e Yami Kanda, irmãos gêmeos que possuem um fenômeno explicado como Sincronicidade Gêmea. De forma resumida, um sente o que o outro sente, tanto físico quanto emocionalmente. Se um está com raiva, o outro passa a ficar irritado. Se um machuca a cabeça, o outro ganha um galo no mesmo lugar. Se um está bebendo algo, o outro sente o gosto.

Esta habilidade, que foi explicada de um jeito extremamente expositivo e nada natural no mangá, acaba sendo seletiva também. Em alguns momentos, ela acontece enquanto em outros simplesmente é deixado para lá.

Infelizmente, exposição é um ponto constante nesse mangá. É necessário que o leitor foque em alguma coisa? Terá um quadro falando sobre aquele ponto. É preciso falar sobre a sincronia dos gêmeos? Vai ter uma página inteira falando sobre. Precisa falar sobre o trauma dos pais? Mais comentários nenhum pouco naturais.

Isso acaba tornando toda a história engessada e fez com que eu não comprasse simpatia por nenhum dos protagonistas.

A parte do mistério também acaba sendo algo padrão, clichê, e que nem sentido faz. A ideia de um mundo invertido que aparece para punir é interessante, mas mesmo isso fica aquém do potencial, ainda mais pela forma besta que os protagonistas acabam envolvidos nisso tudo.

Tokyo Underworld tem uma premissa interessante, mas pra mim, falha muito em sua execução, trazendo à tona tantas coisas de forma expositiva apenas para falar conosco enquanto leitores, além de personagens com habilidades seletivas, personalidades e dramas clichês.

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