Mangás de exorcista sempre são um ponto curioso pra mim. Apesar da temática espiritual ser algo presente, não vejo tantos mangás sobre o exorcismo em si, e acredito que muito disso se dá pela ligação desta prática com religiões mais comuns no ocidente.
De qualquer modo, é uma temática que me chama a atenção sempre. Então, quando vi que Ghostbuster Osamu, de Getabako, seria não só um mangá desse tipo, mas também uma obra de comédia, a curiosidade aguçou.
Afinal, como transformar momentos com espíritos e assombrações, que já renderam tantas histórias aclamadas de terror, em algo cômico sem que siga exatamente o caminho de Os Caça-Fantasmas?
E Osamu consegue dar a resposta em seus capítulos de uma forma deliciosa de se ler. Primeiro, vamos a premissa:
No mundo de Ghostbuster Osamu, qualquer sentimento muito forte pode prender um espírito de uma pessoa à Terra após a morte de seu corpo. Seja ele um ressentimento, um amor, um rancor. Qualquer um. E é justamente nessa abertura que a obra de Getabako se apoia.
Osamu, a exorcista protagonista do mangá, é uma nerd, tal qual eu ou como parte de vocês que nos leem. Fã de animes, mangás e coisas mais. Porém, não só ela, mas os espíritos aos quais ela luta também são!
SIM! O quadrinho tira a comédia do fato de que o espírito ficou preso nesse mundo porque seu amor por um shipp específico era muito forte. Ou porque não conseguiu completar sua coleção de bonequinhos colecionáveis.
E justamente por Osamu ser uma nerd, ela é a única pessoa que consegue ouvir os lamentos dos fantasmas e entender o que aquilo quer dizer. Além disso, ela partilha as dores dos próprios fantasmas, o que rende momentos hilários.
Além de Osamu temos também Kaika, que serve como contrapeso de “pessoa normal” dentro da obra, mas que acaba não chamando tanta atenção assim.
A arte é simples, mas muito fofa e a quadrinização é muito boa. Inclusive, em determinadas páginas foram usadas cores para determinados objetos.
Já o fantasma apresentado segue o modelo de pessoa em um lençol, também para manter o estilo cômico.
O mangá aparenta ser episódico e, se souber quando parar sem se prolongar, será uma ótima leitura do começo ao fim.