Pra mim, uma das coisas mais interessantes sobre arte, num geral, é a possibilidade de abordar qualquer assunto. Em quadrinhos, isso não é diferente. Aquele ditado/meme do “existe mangá sobre tudo” além de uma verdade, é uma constante que me faz querer ir atrás desses mangás, e ver o que foi possível fazer dentro daquele tema, dentro da respectiva demografia na qual ele se encaixa.
Então, quando foi anunciado um mangá shonen sobre a arte japonesa de arranjos florais, o ikebana, me empolguei muito. Ainda mais por ser da Jump+! Como seria a construção? Como aconteceria a história? O arco de torneio clássico? E o treinamento? Teríamos um “Corte do Dragão: Petúnia Lilás”?
Mas como Moebana é, afinal?
O mangá de Hidari Yokoyama começa com Tsukumo Fukakusa, um adolescente nerd viciado em animes, jogos e mangás extremamente alegre e de bem com a vida. Tsukumo demonstra sua paixão em fazer o bem pelos outros acima de tudo, principalmente a sua irmã, constantemente acamada devido a saúde frágil. O garoto não lembra a última vez que a viu sorrir, mas a visita constantemente para tentar animá-la, conversando sobre o que assistiu, jogou e mostrando fotos das flores que vê, sempre as associando a algo nerd. Então, após uma conversa com a líder do clube escolar de ikebana, Tsukumo entende que pode chegar a um presente ideal para sua irmã com um bom arranjo, e esta é sua motivação para entrar no clube.
Moebana é… diferente. Seu ritmo não me agradou, fazendo algumas coisas de forma bem rápida, tirando o peso emocional que cenas poderiam ter. Além disso, o protagonista é leve o bastante para irritar algumas pessoas, eu incluso. Dito isso, todas as minhas curiosidades se mantem ávidas para solução. O mangá parece demonstrar os diferentes tipos de arte que ikebana pode ter, tal qual Akane Banashi faz, além de ter uma arte e enquadramentos lindos, com destaque para as flores, que chamam a atenção e são meticulosamente desenhadas.
Não diria que esse começo foi algo necessariamente forte, mas tem potencial e pode ser bem trabalhado pra criar algo bom. Se for focar no drama pessoal, é necessário repensar o ritmo. Se não for, fico ainda mais curioso pra ver mais desse mangá.