Quando conheci a história do autor Masaoki Shindo, já fiquei admirado. Ele venceu a Golden Future Cup em 2017, mas não publicou nada na Jump. Ao invés disso, começou a fazer One-Shots. Até que lançou Ruri Dragon, um One-shot com um sucesso estrondoso que ganhou uma adaptação com voz, que teve mais de 1 milhão de visualizações.
Então, quando ouvi que esse tal super One-shot iria virar série, a empolgação veio. E quando li o One-shot.. não gostei tanto assim. Talvez tenha ido com a expectativa exagerada. Mas foi justamente a história desse One-shot que se tornou a série que vou comentar sobre o primeiro capítulo hoje.
Acompanhamos a história de Ruri Aoki, uma garota que, do nada, acorda com chifres. Quando pergunta a sua mãe, ela lhe responde da forma mais casual possível que isso se deu porque seu pai é um dragão. E então acompanhamos a garota vivendo um dia na escola.
Esse primeiro capítulo corresponde às primeiras 22 páginas do One-shot e conta a mesma história, mas de uma forma mais elaborada, com mais informações, detalhes narrativos e sem precisar correr. Tudo o que funciona bem no one-shot foi aprimorado, enquanto o que era ruim aparentemente foi arrumado.
O tratamento extremamente comum que todos dão ao fato de que a garota tem chifres causa risos constantes durante a leitura, que, diferente do que parece, não foi para um caminho de ação, fantasia ou sequer comédia, mas sim um slice-of-life que pode tomar alguns rumos e falar sobre a puberdade de forma fantasiosa, tal qual o filme Red fez. O mangá também parece ter noção de como os pais precisam fingir que tudo está sempre bem, quando na verdade está tudo desmoronando, caminho que, se abordar, também será interessante.
Ao mesmo tempo, a obra também nos dá uma noção de que há alguns mistérios para serem desvendados com o passar do tempo, mas não necessariamente algo como um thriller, mas apenas como uma jornada de descoberta.
A arte do autor cumpre o que se propõe, apesar de algumas titekubezação na falta de cenários. Destaque positivo para a cena do espirro com fogo.
Ruri Dragon começou bem, com carisma e uma história que pode ir pra ação, comédia, fantasia, slice-of-life e vários outros gêneros. A espera valeu a pena.