Já chegaram a ler algo que uma página específica te prende de um jeito tão intenso que você acredita ser algo fenomenal e único? Mas que logo em seguida se pega perguntando se realmente gostou tanto assim da história ou se foi o impacto de um momento apenas?
Foi essa a sensação que tive lendo o primeiro capítulo de Shibatarian. A história acompanha Hajime Sato, um adolescente que se enxerga como diferente dos outros, que são um bando de idiotas. Crise clássica de adolescente que, depois de uma boa terapia e um pouco de maturidade, percebe que ele não é especial. Até que encontra um garoto chamado Shibata literalmente plantado em frente a uma cerejeira. A partir daí, uma amizade floresce enquanto ambos vão assistindo filmes juntos.
O mangá começa parecendo uma comédia com toques de drama, mas conforme vai se desenvolvendo, é possível ver todo o suspense sendo construído, seja com comentários feitos de forma despretensiosa ou com revelações sobre pontos específicos. O clima vai se construindo com base num terror psicológico até chegar a um momento em específico que causa um grande impacto ao leitor pela forma com que se é feito.
Neste ponto, vale destacar o uso incrível de hachuras do autor, que consegue criar momentos desconfortáveis apenas utilizando padrões específicos enquanto brinca com a luz e sombra da cena, gerando situações que te deixam com vontade de ver mais.
Ainda não sei dizer se Shibatarian é um mangá ótimo ou um mangá bom com ótimos momentos. Mas a narrativa criada por Katsuya Iwamuro neste primeiro capítulo pode deixar qualquer um ao menos curioso para entender o que vai acontecer conforme o desenrolar dos fatos, lembrando até mesmo as obras de Taizan5 como Takopi’s Original Sin e The Ichinose Family’s Deadly Sins.