Em um mundo em que todos estão fissurados por um jogo de celular, Roku Tadano apenas quer criar um mangá cujo protagonista coincidentemente é idêntico ao herói desse jogo.
Isso é The Game Devil, mangá de Kakunoshin Futsuzawa, que em um capítulo conseguiu atirar para tudo quanto é lado e errou praticamente todos os alvos.
Para analisar este mangá, acho que vale a pena um pequeno contexto. Kakunoshin é um dos escritores de Octopath Traveler, um RPG que recentemente foi portado para XBox, Nintendo Switch e PC. Sabendo do pano de fundo de Kakunoshin voltado aos jogos, se entende um pouco mais do motivo de se ter tanto foco no jogo dentro do mangá.
A história mostra Roku Tadano, um garoto que é um assistente de mangaká fissurado em trabalhar muito e adquirir experiências para a criação de seu próprio mangá. Sua história já foi rejeitada diversas vezes, mas ele insiste em usar o mesmo protagonista sempre. O problema dele: É uma clara cópia do protagonista do jogo mais famoso da atualidade – The Game Devil. Ainda assim, a ligação com Roku a este personagem é “muito forte para que ele abra mão de sua criação”.
Temos então a história do porquê Roku quer tanto escrever esse mangá e como sua vida toda foi pensando em criar alguém que ajude os mais fracos, um ponto que é trabalhado de forma nenhum pouco sutil, visto que o apelido do protagonista é literalmente “Hero”.
E paralelo a estes dois pontos temos a atualização de The Game Devil que é… um isekai reverso. De repente, os monstros saem do jogo e atacam a cidade. Tudo o que eles tocam fica pixelado e ali Roku tenta mostrar seu valor.
Como pode ser visto por essa breve sinopse, existem três subtramas, que tem suas ligações, apesar de geradas por conveniências, mas que poderiam ser bem mais enxutas, visto que a história principal parece ser sobre este isekai reverso. Somado a isso, um personagem desinteressante e um roteiro nada sutil, o mangá não desperta curiosidade.
O que é uma pena, visto que tudo o que é feito sobre o jogo é DESENHADO EM PIXEL ART! O que é, de longe, o maior feito do mangá. A mescla de pixel art com a arte tradicional de mangás causa uma sensação muito única ao mangá, que, infelizmente, não soube aproveitar.