A primeira impressão que pode passar quando se lê o primeiro capítulo de Takopi’s Original Sin é “como isso foi publicado numa revista shonen?”. E neste ponto, não tem uma retórica sobre ser um “shonen quase seinen” em desmerecimento a primeira demografia, mas sim um pensamento devido a parte gráfica e pesada que Taizan5 apresenta.
E isso nos prepara para o estilo de roteiro do autor. Gostando ou não, já acabamos entendendo a forma com a qual ele constrói sua história.
Eu fui um grande fã de Takopi. Então, quando anunciaram que Taizan iria para a Jump, meu primeiro questionamento foi “Deixaram mesmo?”. Mas em um bom sentido. Empolgado pelo que vinha a seguir.
E agora, ao ler o primeiro capítulo de The Ichinose Family’s Deadly Sins (Os pecados mortais da familia Ichinose, em tradução livre), já posso falar que a expectativa não foi posta em vão.
Aqui conhecemos Tsubasa Ichinose, um garoto que sofreu um acidente em uma viagem e perdeu a memória por isso. Ao acordar no hospital, toda a sua família estava muito preocupada com ele, mas… nenhum deles se lembra de nada também, sabendo que são uma família apenas porque os documentos que carregavam falavam algumas informações que ligavam uns aos outros.
Então, todos eles tentam imaginar como seria a possível vida dentro dessa família, pensando que alguma coisa possa gerar um gatilho e fazer com que eles se lembrem.
Para quem conhece Takopi, sabia que iria vir um baque. Uma hora ou outra nesse primeiro capítulo. E quando ele vem, é forte. Em um estilo que lembra o primeiro capítulo de The Promised Neverland.
Porém, como nem tudo são flores, esse baque tem dois pontos que valem a pena ser comentados: O primeiro deles é a falta de pistas e preparação para ele, mesmo que de forma sutil. Já o outro é a “demora” na entrega, fazendo com que o capítulo chame mais atenção pelo o que pode ser daqui pra frente do que por ele em si.
Ainda assim, Taizan aproveitou bem o cozimento do momento para desenvolver os personagens de forma a simpatizá-los.
Dessa forma, Familia Ichinose chega com dois pés na porta como uma série muito promissora.