Eu tenho uma relação curiosa com one-shots que se transformam em séries. Até o momento, em todos os casos, a relação que eu tive com o one-Shot foi inversa a que eu tive com a série.
Apesar de Blue Box estar uma delícia de acompanhar, não supera nem de longe o one-shot. E o contrário acontece para Ruri Dragon, ao qual não simpatizei com o one-shot, mas está se tornando meu queridinho da revista.
Então, quando anunciaram que Tokyo Demon Bride Story, de Tadaichi Nakama, seria serializado, fiquei ansioso, pois adorei o one-shot. Dito isso, o ciclo citado acima se manteve.
A história acompanha Jinta Hanafuda, uma criança que, num impulso infantil, pediu para se casar com uma garota. Dez anos se passaram e o garoto já se esqueceu do pedido, até que a garota bate em sua porta, pedindo para morar lá. E, para completar a situação, a jovem se trata de uma yokai.
O primeiro capítulo segue de forma praticamente idêntica todos os acontecimentos do one-shot, porém, apelando para um lado mais cômico e infantilizado, algo que se percebe comparando a cena em que os yokais aparecem na casa, por exemplo.
A arte é muito bonita e limpa, tendo um espaço pra criar uma identidade própria se o autor trabalhar bem.
Porém, um grande problema da série é a dificuldade de se entender quem está falando o quê. Os balões são postos de forma que dificulta a compreensão, com o rabicho direcionado às vezes para outra pessoa que não é a que fala, o que confunde.
Além disso, a cena de ação demonstrada bebe bastante de Kimetsu no Yaiba, porém não é tão fluída.
E, pela imagem de divulgação, ainda há a possibilidade do mangá se transformar da atual comédia com slice of life e um toque de aventura pra… um harém. Neste caso, não sou apto a julgar a qualidade, visto que já venho com um viés para não gostar deste tipo de obra.
No geral, Tokyo Demon Bride Story é um mangá ok. Não é ruim, mas também não chama a atenção. Uma premissa que em parte é semelhante a Tonikaku Kawaii, com um universo de yokais, misturando Demon Slayer e Witch Watch, e que não empolga ao mesmo tempo que não decepciona. É um mangá que pode ser bom para uma leitura descompromissada. (Exceto se vier mesmo a ser um harém haha)