Antes de começar essa resenha, gostaria de tomar esse primeiro momento para pedir desculpas . O Thomaz e a Vanessa entraram em contato com a gente há bastante tempo nos elogiando e perguntando se gostaríamos de resenhar seu quadrinho, e nos ofereceram tanto em versão física quanto em versão digital. Agradecemos e aceitamos, porém, não conseguimos nos organizar para fazer esta resenha até o momento.
Dito isso, agradecemos a confiança de nosso trabalho e, novamente, pedimos desculpas pela demora no que nos comprometemos. Agora, vamos a resenha.
—
O que acontece se você juntar Jojo, Rayearth, Garotas Mágicas, Cavaleiros do Zodíaco e um mascote fofinho da CLAMP? Este é o mundo de Guerreira Mágica: Star Justice, um quadrinho de Thomaz Alves e Vanessa Bastos, com revisão de Louise Branquinho.
Sinopse: Numa noite tranquila, na pequena cidade de Santágua, Luminus, um fofo porquinho mágico, consegue encontrar uma garota solitária chamada Laura Lins. Reunidos, ele lhe dá os super poderes da armadura Star Justice e uma missão: Encontrar cinco outros guerreiros escolhidos para juntos salvarem o multiverso das garras do Cavaleiro Negro e seus seguidores.
O primeiro volume conta com três capítulos da história, funcionando como um prólogo para o que virá a seguir. Neles, conhecemos Laura, uma garota colegial e seu dia-a-dia com seus amigos. Após tal apresentação temos o contato com o mundo mágico, que já estava sendo referenciado, e ali conhecemos Luminus, um porco intergalático que entrega a Laura um ovo com a energia da poeira de uma estrela e do coração de um gigante. Vemos suas dificuldades para aceitar seu destino e uma pequena luta.
Apesar de ser um primeiro volume completo com mais de 100 páginas, parece que pouca coisa da história apareceu para que seja possível analisá-la, positivamente ou não. Como comentado acima, este início soou como um grande prólogo. Não temos noção de como será o futuro referente aos combates, se Laura trabalhará em equipe com outras pessoas ou sozinha, e não temos informações sobre a vida dela após sua primeira transformação. Claro que nada disso é um demérito à obra, que pode levar o tempo que achar necessário para maturar suas ideias. Apenas ressaltando esses pontos para que entendam que este primeiro volume não trouxe o bastante da história para prender a atenção, ao mesmo tempo que isso não faz com que desgostamos da obra.
O ponto positivo, narrativamente falando, é a forma com a qual os poderes são apresentados, de forma mística e grandiosa, desconhecida, o que atiça os pensamentos de quem está lendo para que possa entender mais sobre como essa força funciona. Além disso, em poucas páginas, Laura já conseguiu desenvolver sua personalidade, como uma pessoa bastante reclusa e solitária, quase apática. Conhecendo-a mais um pouco, acredito que possa vir a se tornar uma personagem com a qual eu simpatize. Mas, como não posso analisar uma obra pelo que ela pode vir a ser, mas sim pelo que ela é, voltemos.
A arte é uma faca de dois gumes. Se por um lado ela nos entrega cenários belos e detalhados, além de gerar um ótimo contraste entre Laura e Luminus em seus traços, a ilustração possui uma certa inconsistência, principalmente em momentos cômicos, nos quais o artista busca fazer aquela quebra de estilo, mas o novo, feito para fins de riso, é tão distante que tira a imersão. Além disso, em todo o mangá, parece ter sido aplicado um efeito de Photoshop como o “Glowing Edges” (Arestas Brilhantes), ressaltando o contraste mas chegando a perder detalhes em algumas cenas. É uma escolha pensada, visto sua constância com o passar dos capítulos e justamente por isso pode incomodar pessoas que não se acostumarem.
Guerreira Mágica: Star Justice pega um caldeirão de referências e adiciona um toque brasileiro. A arte chama atenção ao mesmo tempo que pode causar estranheza devido a essa sensação de efeito. Sua história, neste primeiro volume, não foi o suficiente para que possamos ver o seu potencial mas, felizmente, o autor já comentou que o segundo volume será lançado em breve!
Vale ressaltar que, em seu site, os autores comentam um pouco sobre a criação do quadrinho então pode ser uma boa oportunidade para conhecer os bastidores.