Um homem de repente, em uma encruzilhada, acaba flutuando e morrendo de uma forma misteriosa. Anos mais tarde, seu filho ganha o poder de se tornar invisível para investigar o que houve. Essa é a premissa de Skeleton Double, de Tokaku Kondo.
E, sem criar rodeios ou alardes, infelizmente, a premissa é a melhor parte desse mangá. Apesar da boa ideia, a história acaba não entregando tudo o que pode devido a diversas escorregadas no decorrer deste primeiro capítulo.
Duas delas são mais notáveis:
A primeira é a constante repetição de informações. Por exemplo, na página 5 temos a imagem do pai do protagonista morrendo. Na página 12, já temos um comentário sobre isso com uma nova representação visual da morte do pai, que não acrescenta em nada.
O outro é a falta de carisma do protagonista. O personagem é extremamente apático e sem sal. E não haveria problema na apatia, pois essa é a resposta que algumas pessoas podem ter ao luto. Mas a apatia do personagem em questão é mostrada de um jeito como se ele não tivesse passado por um grande trauma. Uma pena, pois como é dito mais ao fim do capítulo, a ideia era demonstrar alguém sem ambições na vida, o que poderia encaixar muito bem nesse protagonista, mas… desde que bem feito.
Falando da arte, é bastante comum, nada surpreendente ou original e tem cenas nas quais o protagonista mais parece um adulto. Já sobre o mistério ao redor da morte de seu pai, não tenho certeza como será abordado visto que já houve uma grande revelação neste capítulo. Revelação que o protagonista nem deu bola.
Porém, se havia alguma esperança de que o mangá pudesse ficar interessante, logo morreu nas páginas finais, onde ele criou um gancho para ser um shonen de lutinha padrão. Um mangá de mistério criando um gancho para um próximo capítulo sobre luta. De dois personagens invisíveis, ainda por cima!! Tal qual Stage S, a obra perde a chance que tem de abordar isso de formas mais interessantes.
Apesar de tudo, eu fico triste por esse mangá ter me desagradado tanto, justamente pela tentativa de abordagem do protagonista. Não sei se é proposital, mas Tokaku pegou em algo pertinente aos jovens desta geração: A falta de propósito.