No Review Espresso de hoje, teremos o mangá Akane-Banashi, de Yuki Suenaga com arte de Takamasa Moue.
Apesar de nunca ter visto nada de nenhum dos dois autores, conhecia de vista o trabalho de Moue com Ole Golazo, lançado na Jump em 2016/17. Ainda assim, fui de cara nessa nova proposta que evoca tanto a cultura japonesa que fez com que criássemos um novo quadro só pra explicar o que era o Rakugo: uma arte secular de contar histórias.
No mangá, acompanhamos Akane Osaki, uma garota completamente fã de seu pai, Shinta, um rakugoka. E só nessa frase, o mangá já mostra que está tentando ser diferente. Um mangá com a arte de contar histórias como tema, de uma forma extremamente tradicional japonesa e com uma protagonista feminina. Isso tudo na Shonen Jump. Se isso já não atiça sua curiosidade, vamos continuar então.
O primeiro capítulo consegue, sem muita exposição, trabalhar bem quem é o pai de Akane, como ele cresceu enquanto rakugoka e como estagnou, devido a diversos motivos, e entre eles o medo da rejeição. Inclusive, não sou profissional para diagnosticar, mas uma cena ali soou como o início de uma crise de ansiedade, que foi controlada a tempo.
Apesar de sabermos que Akane é a protagonista, este capítulo inteiro é protagonizado por Shinta, o que foi uma decisão acertadíssima para que pudéssemos nos afeiçoarmos a ele, entender suas vontades enquanto pai e enquanto artista e por que Akane o admira tanto. Mas claro, sem deixar de apresentar toda a personalidade da nossa protagonista e mostrar suas qualidades e defeitos, tanto como pessoa quanto como aspirante a rakugoka.
Não há muito o que falar da arte, visto que ela fica naquele espaço que a maioria dos mangás estão, ao meu ver. Nada muito belo, mas também não é feio.
Akane-Banashi pega um contexto muito interno da cultura japonesa e trabalha isso de um jeito que mostra um grande potencial, criando personagens e momentos cativantes desde o seu início. Acho que é a série que mais me empolgou pra continuar lendo no primeiro capítulo desde Blue Box.